Para a esmagadora maioria dos terrestres HL Tauri é um nome com pouco significado. Para os investigadores do telescópio ALMA, que opera no Chile, este nome desconhecido é motivo de festejo: ontem, o famoso radiotelescópio situado na região de Atacama deu a conhecer as imagens de uma estrela com um nível de nitidez que nunca havia sido alcançado em longitudes de onda milimétrica, revela a agência Europa Press.
Nessa imagem, a protagonista principal é a estrela HL Tauri, situada a 450 anos-luz (4.000.000.000.000.000 quilómetros), mas ainda dentro da via Láctea.
Sendo uma estrela jovem (com um milhão de anos…) a HL Tauri distingue-se por estar circundada por vários anéis ou discos de materiais que geralmente acompanham a formação das estrelas.
A imagem, além de surpreender pela nitidez, pode ajudar a rever algumas teorias sobre a constituição de estrelas e planetas. «Estas características são, quase com toda a certeza, o resultado de corpos planetários jovens, que se estão a formar naquele disco. É surpreendente, uma vez que não se esperava que este tipo de estrelas jovens tivessem corpos planetários tão grandes, que sejam capazes de produzir estruturas como as que surgem nesta imagem», comenta Stuartt Corder, investigador do Observatório Europeu do Sul (que gere o ALMA), citado pela Europa Press.
As estrelas costumam formar-se em aglomerações de gases e poeiras finas. Grande parte desses gases e poeiras finas dá forma ao núcleo de cada estrela. Em contrapartida, os gases e poeiras remanescentes dão origem a anéis ou discos, que comportam os primeiros planetas. A nitidez da imagem da HL Tauri permite indiciar que, afinal, os planetas poderão começar a ser formados ainda na “juventude” das estrelas – bastante antes que as teorias formuladas até à data.