O Alzheimer não tem cura – mas a evolução da doença pode ser retardada caso seja descoberta precocemente. E é com o objetivo de criar um novo meio de diagnóstico do Alzheimer que que os investigadores do ISR-L lançaram um projeto de investigação "Doença de Alzheimer: Análise de Imagens e Reconhecimento".
O projeto tem por ponto de partida a análise pormenorizada de 400 exames com imagens neuronais cedidos pela Alzheimer’s Disease Neuroimaging Initiative, dos EUA. Com a análise detalhada destes exames, os investigadores do ISR-L pretendem criar uma aplicação que permite fazer o diagnóstico automático de casos de Alzheimer em ressonâncias magnéticas e em tomografias por emissão de positrões (exames que são conhecidos por PET na gíria clínica).
Hoje, os diagnósticos de Alzheimer dependem da capacidade visual e da experiência dos médicos. O que pode não ser suficiente para chegar a uma conclusão definitiva sobre cada caso clínico. "Estamos a falar da análise de volumes, com padrões que apresentam uma grande variabilidade de pessoa para pessoa. Além disso, há também padrões que se alteram muito com a evolução da doença. Todos estes fatores tornam difícil o diagnóstico do médico apenas e só com a análise visual", sublinha Margarida Silveira, investigadora do ISR-L, quando inquirida pela Exame Informática.
Para criar a nova aplicação, os investigadores vão analisar os ensaios de pessoas que não têm Alzheimer, bem como de pacientes que têm a doença em estado avançado, ou que ainda estão na fase precoce (conhecida por Défice Cognitivo Ligeiro). A aplicação vai ter por base a informação e as classificações efetuadas por vários especialistas, prevendo-se que posteriormente as máquinas "aprendam" a identificar os padrões que indiciam o aparecimento da doença de Alzheimer.
O projeto, que está a ser levado a cabo nos laboratórios que o ISR-L tem no Instituto Superior Técnico, conta com financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
De acordo com as últimas estimativas, há 150 mil portugueses que sofrem de demências. Mais de 90 mil dessas pessoas têm a doença de Alzheimer.