Em 1181, astrónomos chineses e japoneses registaram a descoberta de uma nova estrela que desapareceu ao fim de seis meses. No ano passado, astrónomos das Universidades de Dartmouth e do Louisiana descreveram que a matéria que está a ser expelida daquele núcleo, ainda ativo, se assemelha aos filamentos da planta conhecida como dente-de-leão. Agora, os filamentos foram mapeados com sucesso.
Em 2013, o astrónomo amador Dana Patchick analisou as imagens do Wide-field Infrared Survey Explorer da NASA, entretanto desligado, e identificou que a estrela se localiza a 7500 anos-luz da Terra, na constelação Cassiopeia e que a nebulosa Pa 30 é, provavelmente, originária dos restos dessa supernova detetada há 900 anos.
No núcleo desta nebulosa ainda se encontram vestígios da estrela original, a uma temperatura de 200 mil graus centígrados (para comparação, a temperatura no Sol é de 5500 graus) e é daqui que estão a ser disparados os ‘filamentos’ a mais de mil quilómetros por segundo, avança o Gizmodo.
Tim Cunningham, do Centro de Astrofísica de Harvard e do Smithsonian, conta que “descobrimos que o material dos filamentos está a expandir-se balisticamente. Isto significa que o material não abrandou nem acelerou desde a explosão. A partir das velocidades medidas, olhando para trás no tempo, podemos apontar a explosão quase exatamente para o ano de 1181”.
Com recurso ao Keck Cosmic Web Imager, no Havai, a equipa analisou a luz no espetro visível naquela região e conseguiu detetar qual o material que está a mover-se em direção à Terra e qual o que se está a afastar, resultando num mapa 3D dos filamentos da nebulosa. Porque a forma é assimétrica, a equipa conclui que também a explosão original foi assimétrica.
Há ainda uma peculiar cavidade de três anos-luz entre a estrela e os filamentos que provavelmente se deve à explosão que destruiu toda a matéria próxima do centro. Com o KCWI, a equipa foi capaz de criar uma espécie de vídeo da forma inusitada desta nebulosa, que pode ver de seguida.