O fracasso da missão Starliner da Boeing, que acabou por deixar astronautas sem forma de regressar à Terra, leva a NASA a reforçar a aposta na SpaceX. A agência espacial confirmou que a missão Crew-10, marcada para a partir de fevereiro de 2025, e a missão Crew-11, marcada para a partir de julho de 2025, vão ser feitas com a cápsula Crew Dragon da empresa de Elon Musk.
Antes, a expetativa era que a Boeing, com a Starliner, pudesse ser o meio de transporte escolhido. Agora, o fracasso da missão inicial, faz com que a empresa esteja posta de parte para já. “O timing e a configuração do próximo voo Starliner vai ser determinado quando tivermos um melhor conhecimento sobre o caminho da Boeing para a certificação de sistemas”, confirma o comunicado da NASA. Para conseguir a certificação, a empresa terá mostrar o plano com as lições aprendidas com o Crew Flight Test, receber aprovações para a certificação final de produtos e garantir que está pronta operacionalmente. A NASA não descarta, para já, um voo a realizar ainda em 2025, embora não se saiba se esse será tripulado.
Na origem deste impasse está o falhanço no voo lançado em junho, em que dois astronautas da NASA já não conseguiram regressar e tiveram de ficar na Estação Espacial Internacional durante muito mais tempo do que inicialmente previsto. Durante a viagem para a Estação Espacial, cinco dos propulsores da Boeing falharam e registaram-se ainda cinco fugas de hélio. Butch Wilmore e Sunni Williams, os dois astronautas, vão acabar por regressar numa cápsula Dragon da SpaceX em fevereiro de 2025 e o módulo Starliner irá regressar sem pessoas a bordo. A missão que deveria demorar oito dias vai acabar por demorar oito meses ou mais.
A NASA atribuiu, em 2014, os concursos para voos espaciais à Boeing e à SpaceX. A empresa de Elon Musk acabou por ultrapassar o gigante que, na altura, tinha um peso muito maior na indústria aeroespacial.