Era o elemento que faltava para elevar as viagens a Marte de matéria para a ficção científica a desafio científico. Em 2008, a missão Phoenix, da NASA, avançou, sem margem para dúvidas, que no Planeta Vermelho existia água, na forma de gelo, e assim a possibilidade de uma viagem extraplanetária deu passos de gigante. Lançado três anos depois, o rover Curiosity acrescentou mais alguns ingredientes favoráveis, ao confirmar a presença de compostos essenciais à vida, como enxofre, nitrogénio, oxigénio e carbono.
Nesta altura, o plano mais viável é aquele que prevê uma viagem a dois tempos, com escala na Lua. A NASA aponta para a próxima década, com várias missões planeadas, culminando com uma missão tripulada, lá para 2040. Mas se os desafios técnicos relacionados com a propulsão e otimização da rota têm vindo a ser paulatinamente ultrapassados, há uma questão essencial que ainda está por resolver: os efeitos da viagem no corpo humano, em particular da radiação incidente, uma vez que Marte é desprovido de atmosfera e de campo magnético.