Seja por questões de sobrevivência, seja pela mais pura curiosidade, o Homem não desiste de encontrar vida fora da Terra. Desta vez é o maior planeta do Sistema Solar, o gelado e imponente Júpiter, que está na mira da Agência Espacial Europeia (ESA). Em particular as suas três luas – “um lugar fascinante que nos dará preciosas pistas acerca da formação do nosso Sistema Solar e da possibilidade de encontrar mundos habitáveis” -, dizia-nos no início desta semana o engenheiro aeroespacial português Bruno Sousa, que nesta missão terá a função de diretor de voo e que estará em direto na ESA TV, transmitida a partir das instalações da ESA, no ESOC, em Darmstadt, Alemanha.
Outros elementos portugueses da missão são Marta Pantoquilho, coordenadora do Software (assegura que os sistemas de dados estão a funcionar) e Filipe Metelo, como Simulation Officer durante o treino da equipa – a pôr a Europa no caminho do maior planeta do Sistema Solar. Da parte das empresas também houve contributos da Deimos Engenharia, envolvida nos cálculos da rota, de forma a garantir que de modo algum a nave passará por Marte ou pela lua Europa, classificadas na Categoria V, a mais alta nas regras de proteção para corpos extraterrestres. Uma “disciplina técnica chamada ‘Proteção Planetária, essencial na definição do plano de voo”, explica Nuno Ávila, responsável da empresa.
O LIP e a Efacec contribuíram com um monitor de radiação, que irá medir a radiação ionizante a que o satélite estará sujeito durante a viagem, podendo enviar sinais de aviso para que se possam proteger outros sistemas a bordo, explicou à LUSA a investigadora do LIP que coordenou o projeto, Patrícia Gonçalves.
Este deverá ser o penúltimo voo do foguete Ariane 5, substituído pelo Ariane 6 no final do ano, com a descolagem marcada para as 13h15, hora em Portugal continental, a partir do Porto Espacial Europeu, na Guiana Francesa. A ESA irá transmitir quer o lançamento, quer as operações no centro de controle da missão. Só a meteorologia ou as greves francesas poderão impedir a partida, disse-nos Bruno Sousa.