Investigadores usaram o método de velocidade radial, que observa alterações na luz de uma estrela à medida que passa um planeta à sua frente, para confirmar a existência do exoplaneta 8 Ursae Minoris b (conhecido desde 2015). O intrigante aqui é que este planeta orbita uma estrela que deveria ter passado por um período de agigantamento, durante o qual teria absorvido este exoplaneta e tudo à sua volta. Agora, um grupo de investigadores avança com a teoria de que o 8 Ursae Minoris b só sobreviveu porque a estrela principal acabou por absorver uma outra estrela de menor dimensão.
O método de observação apenas nos dá o mínimo de massa do planeta, pelo que poderemos estar perante um corpo muito maior. Este exoplaneta tem pelo menos 1,6 vezes o tamanho de Júpiter, completa uma órbita em torno da sua estrela em 93 dias, ou metade de uma Unidade Astronómica (UA). As observações, segundo o ArsTechnica, indiciam a proximidade de um segundo corpo, também a orbitar a estrela, desta feita a pelo menos cinco UA.
A estrela deste exoplaneta mede 1,5 vezes a massa do Sol, é consideravelmente mais velha do que o ‘nosso’ astro e passou por um processo que colocou o 8 Ursae Minoris a queimar hélio e existe agora como uma estrela mais compacta e mais quente. Baseando-se na massa da estrela, já devia ter crescido para lá das 07 UA. Como o planeta está a orbitar a 0,5 UA, devia estar ‘dentro’ da estrela e, pelo que se sabe, não sobreviveria nessas condições. Assim sendo, este planeta não devia existir, mas existe.
Uma das razões avançadas é que o exoplaneta é um objeto massivo, que poderia sobreviver a este processo de integração. A órbita em que está coloca-o, no entanto, com poucas probabilidades de sobreviver, mas ainda assim, ela existe. Em alternativa, os investigadores também equacionam se o exoplaneta teria uma orbita maior e só terá se aproximado da estrela depois do período de agigantamento. Esta hipótese também tem um baixo grau de probabilidade, uma vez que estrelas deste tamanho queimam hélio durante cerca de 100 milhões de anos e este movimento orbital teria demorado milhares de milhões de anos a acontecer.
A teoria mais forte, neste momento, passa por sugerir que o 8 Ursae Minoris b orbitava, na realidade, um conjunto de duas estrelas, em que a mais pequena, ao ser absorvida pela maior, parou o processo de expansão que era suposto ter acontecido.
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