A equipa liderada por Michael Wong na Universidade de Rice descobriu em 2020 uma forma de usar um pó comercialmente disponível no mercado para destruir 99% do PFOA, ou ácido perfluoro-octanóico, presentes em amostras de água em poucas horas, bastando estar exposto a luz solar ultravioleta no comprimento de onda de 254 nanómetros. Agora, os investigadores conseguiram melhorar a eficiência desta solução, ao mesmo tempo que aceleraram o processo de limpeza.
Wong explica que a lacuna da primeira solução passava pela exigência de luz ultravioleta em comprimentos de onda curta, que é filtrada na sua maior parte pela atmosfera na Terra. “Quisemos aumentar ao máximo a capacidade de o material obter energia a partir de outros comprimentos de onda de luz solar”, completa o professor. A equipa olhou então para os comprimentos de onda maiores (UV-A), entre os 315 e os 400 nanómetros, que causam o bronzeado e queimaduras na pele humana e para o dióxido de titânio, um elemento encontrado nos protetores solares, semicondutor ativado pelos UV-A e que se sabia ser capaz de atuar como catalisador na desconstrução dos PFOA, embora num processo muito lento.
Assim, a equipa juntou os dois materiais, combinando a capacidade de desconstrução do material original com a capacidade de exposição e atuação do dióxido de titânio, obtendo uma solução 15 vezes que desconstrói PFOA 15 vezes mais rapidamente do que os fotocatalisadores habituais de dióxido de titânio, noticia o EurekaAlert.
Os PFOA, ou ácido perfluoro-octanóico, constituem um dos poluentes mais prevalentes e que não são facilmente degradáveis, conseguindo manter-se no ambiente durante períodos de tempo bastante prolongados, daí a necessidade de encontrar uma forma de os eliminar.
A investigação da equipa da Universidade de Rice tem atraído curiosidade por parte de vários parceiros industriais e pode bem vir a ser aplicada num futuro próximo para ajudar a limpar o ambiente.