Logo a seguir a ter sido anunciada a vitória da empresa no Prémio Pitch do Web Summit, a start-up nascida na Universidade do Porto começou a receber inúmeros pedidos de cotação de fábricas têxteis. Mas o mais importante, admite Gilberto Loureiro, um dos três fundadores da Smartex.ai, é “atrair talento”.
Ao fim de um dia intenso de viagens e reuniões, o empreendedor, licenciado em Física, avança à Exame Informática a intenção de contratar. “Procuramos engenheiros de dados, programadores, designers de produto, físicos”, detalha.
Com um portfolio de 30 clientes, sobretudo em território nacional, mas também no Brasil, Itália e Turquia, a empresa tem escritório em São Francisco, Shenzen, na China, e Porto. Ao fim de dez meses de atividade de vendas da tecnologia que combina câmaras de alta resolução, um sistema de inteligência artificial e análise de dados para detetar falhas nos tecidos, na fase inicial do processo de produção, o objetivo agora é alargar a atuação no mercado asiático. “Até agora, já conseguimos poupar oito milhões de litros de água e tecido suficiente para fazer 300 mil T-shirts”, conta. Um impacto que surpreendeu, e convenceu, o júri da Web Summit, onde os portugueses se distinguiram por terem obra feita. “As outras empresas [a concurso] iam fazer. Nós já tínhamos provas dadas”, sustenta.
Além de conquistar os avaliadores, também caíram no radar dos investidores. Embora esta não seja agora a prioridade. “Não estamos à procura de capital. Para já, temos de executar, fazer as coisas com pés e cabeça”, sublinha. “Até temos dito que não a investimento.” Nesta matéria, o grande desafio acontecerá para o ano, quando enfrentarem uma série A, em que a expectativa é a de arrecadar dez a vinte milhões.