É um paradoxo a que assistimos com frequência nos hospitais portugueses: ao mesmo tempo que são prestados cuidados de excelência, ao nível dos melhores do mundo, persiste uma forte dependência do papel nos registos da informação clínica. Outro problema reportado com frequência é a multiplicidade de plataformas para cada procedimento, como sejam a prescrição de medicamentos, exames, alta médica. A plataforma Viewer, apresentada esta semana pela tecnológica da área da saúde Glintt, aparece com a promessa de resolver boa parte destes entraves, funcionando em diversos tipos de dispositivos, como o tablet ou o telemóvel.
Numa auscultação aos profissionais de saúde do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, o registo à cabeceira do doente foi o pedido mais frequente, revelou durante a sessão o Diretor Médico e Membro da Comissão de Informação do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental (CHLO), António Carvalho. Apesar de naquele centro hospitalar estar em curso, desde 2017, um processo de desmaterialização, no âmbito do programa SNS Sem Papel, os profissionais de saúde continuam a ser obrigados a usar um computador fixo, normalmente numa sala partilhada, para registar a informação. Um problema que se tornou ainda mais relevante no contexto pandémico, reforçou António Carvalho.
Partindo da perspetiva de uma folha em branco, o Viewer concentra informação atualizada sobre os doentes, complementada com ferramentas de apoio à decisão e dados, tudo numa ‘visão 30 segundos’. “É inaceitável o tempo que perdemos a passar os dados do papel para o computador. O tempo tem de ser gasto com o doente”, sublinhou o Diretor do Serviço de Medicina Intensiva do Hospital Doutor Fernando Fonseca, Paulo Freitas.
Prevalecendo a lógica de se adaptar às características dos utilizadores, “o Viewer está preparado para ser uma solução multi-dispositivo”, reforça à Exame Informática a administradora executiva da Glintt, Filipa Fixe. “Cada vez mais as instituições consideram modelos de Bring Your Own Device pelo que não faz sentido limitar a solução a um único tipo de dispositivo”, detalha.
É também uma solução ergonómica e que diminui o número de clics, uma queixa comum, referiu a responsável de produto, Sandra Teixeira.
Sem que tenham sido revelados valores, Filipa Fixe sublinha a componente modular da solução, “dimensionada de acordo com os requisitos e especificidades de cada projeto.” Atualmente, a quase totalidade das unidades de saúde estão cobertas por soluções para a área da saúde. Agora é simplificar.