A agência pública para a promoção das exportações e da captação de investimento tem em mãos um pipeline de 44 projetos de investimento, nomeadamente estrangeiro, no nosso País, no valor total de 32 mil milhões de euros. A informação foi dada esta quinta-feira por Filipe Santos Costa, presidente da Aicep, em encontro com a comunicação social para apresentação do plano estratégico da entidade até 2025.
Isto não significa que todos estes investimentos venham efetivamente a ser concretizados, apenas que são projetos que a Aicep está a acompanhar e nos quais há, pelo menos, uma manifestação séria de interesse. O responsável adiantou que, destes, cerca de metade já têm a classificação de Projeto de Interesse Nacional (PIN).
Entre as áreas destacas pela Aicep como prioritárias para a captação de investimento estão as energias verdes, a indústria com base energética também verde e a área tecnológica, como foco nas ligações de cabos submarinos e por terra e nos centros de dados.
Filipe Santos Costa deu conta de que há muito interesse de vários investimentos na fileira do lítio e dos componentes de carros elétricos, o que não é posto em causa mesmo que Portugal não se revele um local abundante para a exploração dessa matéria-prima. Na área tecnológica, na calha está também já um projeto de semicondutores, a instalar entre nós.
Por outro lado, e de acordo com a mesma fonte, há manifestações de interesse em instalar fábricas de automóveis em Portugal, e não apenas de componentes, onde temos um cluster bastante desenvolvido.
Segundo o responsável, é verdade que se sente que a Europa está a tentar deslocalizar para dentro de portas muitas estruturas produtivas, nomeadamente no que toca ao objetivo de garantir a sua independência estratégica, área na qual, para Filipe Santos Costa, “Portugal tem vantagens competitivas”, nomeadamente pela nossa aposta em energia limpa.
Sobre a nossa capacidade de oferecer incentivos às empresas estrangeiros que aqui se instalem, Santos Costa considera que, agora, estamos perfeitamente alinhados com os nossos concorrentes europeus. Segundo uma alteração recente – e que terá novos capítulos em breve -, o Estado português obteve mais flexibilidade na proposta destes incentivos, o que pode ser importante para conquistar alguns investimentos que estão a ser disputados por outros países.
O plano estratégico da Aicep assenta em três eixos principais. O primeiro é o Investimento, com a atração de investimentos centrados na dupla transição energética e digital, com foco nas energias verdes e na “economia dos dados”. O segundo, o das Exportações, pretende “capacitar o tecido exportador nacional, aumentando a incorporação nacional, o VAB e o perfil tecnológico das exportações”. No terceiro, o da Rede Externa, o objetivo é “focar a rede externa nos principais mercados emissores de investimento e nos mercados terceiros com maior potencial para o crescimento das exportações”. Nesse sentido, serão encerradas as delegações da AICEP em Havana, Teerão e Cantão, e abertas novas em Telavive, Riade e Singapura.