Ambiente, pessoas e património. São as categorias abrangidas pelo Prémio Inovação em Prevenção, que distingue as práticas mais inovadoras das PME portuguesas na área da prevenção de risco. Na edição do ano passado, o grande vencedor foi o Grupo SOCEM. O fabricante de moldes metálicos foi distinguido devido ao projeto Living greener, que pretende alimentar a produção com fontes de energia renováveis e usar veículos elétricos.
Na cerimónia de entrega dos prémios das 1000 Maiores PME – iniciativa da Exame que segue na sua 28ª edição, com o apoio da Ageas, da Informa D&B e da EY e que decorreu esta quarta-feira na Casa da Música – um dos painéis foi, precisamente, dedicado ao tema da importância da prevenção. Luís Febra, o diretor-geral do Grupo SOCEM, afirmou que a distinção obtida foi um reflexo do que a empresa faz no seu dia a dia e que o Prémio Inovação em Prevenção foi uma forma de partilhar as práticas da organização, ajudando a influenciar positivamente os outros.
Apesar de a empresa de Leiria ter sido distinguida devido a um projeto de componente ambiental, Luís Febra destacou a importância da cultura da organização: “Vemos estas questões, quer da prevenção de risco, como das questões ambientais ou das relações humanas como cultura. É a nossa cultura, nós somos humanos e os humanos são tudo menos recursos. É proibido de falar de recursos humanos na nossa organização. Vivemos para ser felizes”. O responsável do grupo SOCEM afirma que se criou na empresa uma “aura de autorresponsabilização em que todos cuidamos de tudo”
As vantagens financeiras de se investir em prevenção
Luís Febra recordou a forma como o prémio foi bem recebido pelos funcionários da empresa. Mas, mais que o reconhecimento das boas práticas, a prevenção, e a inovação ao serviço dela, podem significar lucro. No mesmo painel – que teve a moderação do diretor da EXAME, Tiago Freire – Gustavo Barreto realçou que, no período da pandemia, “as empresas com mais resiliência não eram as maiores nem as de um setor em particular, mas sim as que apresentavam melhores práticas de gestão de risco”.
O membro da comissão executiva do Grupo Ageas Portugal resumiu que as empresas que melhor lidaram com o choque pandémico foram as que adotaram as melhores práticas e tiveram a mentalidade a abordagem para lidar com as vicissitudes que possam surgir. E isso pode trazer ganhos financeiros, defendeu Gustavo Barreto. “As empresas com boas práticas de gestão de risco têm vantagens financeiras e económicas nos programas de financiamento e prémios de seguro mais baixos”, sublinhou o responsável da Ageas.
Também Pedro Matias realçou que “prevenir é antecipar lucros e otimizar”, considerando que esse é um tema essencial para as empresas e economia portuguesa. O presidente do ISQ salientou que “a questão da sustentabilidade e do ESG são muito importantes para as empresas, já que os clientes são cada vez mais exigentes”. Avisou ainda que a falha em estabelecer e cumprir esse tipo de indicadores pode levar as empresas a ficarem fora das cadeias de abastecimento e a deixarem de ter acesso a financiamento. “A prevenção em inovação ajuda a ir resolvendo estes indicadores e mais vale prevenir do que remediar”, concluiu Pedro Matias.
As candidaturas para a edição de 2023 do Prémio Inovação em Prevenção estão abertas até 28 de fevereiro.