A EDP anunciou que vai investir 24 mil milhões de euros ao longo dos próximos quatro anos, direcionando 80% deste valor para energias renováveis, com o objetivo de duplicar a capacidade solar e eólica e apostar em áreas como o hidrogénio verde e o armazenamento de energia.
Em comunicado enviado esta quinta-feira, a elétrica assume o objetivo de deixar de ter produção a carvão e de desenvolver 20 GW em renováveis até ao final da implementação deste plano estratégico. O compromisso com a transição, refere a empresa, permitirá atingir a neutralidade carbónica até 2030 (20 anos antes da meta inicial) assegurando 100% da geração de eletricidade através de renováveis.
A aposta nestas energias será incrementada na Europa e na América do Norte, regiões do globo onde estão destinados 80% dos novos investimentos da EDP e onde se preveem esforços públicos na ordem dos biliões, seja através do Green Deal europeu, seja via plano da nova administração Biden nos EUA, para atingir metas de descarbonização e energias renováveis.
Dos 24 mil milhões de euros (4,8 mil milhões por ano), 15% são destinados a investimento em redes e 5% em soluções para clientes e para gestão de energia. Para investimento e transformação digital a companhia liderada por Miguel Stilwell de Andrade aloca 2 mil milhões de euros, a destinar a novas soluções em áreas como redes inteligentes, comunidades de energia, mobilidade elétrica, hidrogénio e armazenamento de energia.
Nestas duas últimas áreas a EDP anunciou recentemente a criação de unidades autónomas de negócio, com o objetivo de ter, em 2025, mais de 400 MW em armazenamento nos Estados Unidos e desenvolver projetos de hidrogénio verde. Além de estar envolvida no projeto de Sines, com parceiros como Galp e REN, está a avaliar 20 projetos que poderão levar à instalação de cerca de 250 MW em eletrolisadores e geração, por esta via, de 0,5 a 1 GW de energia renovável no prazo do plano estratégico.
De acordo com o plano, Portugal deverá receber um investimento de 6,3 mil milhões de euros (excluindo o projeto de hidrogénio em Sines), sobretudo em modernização da rede, renováveis e novos negócios, prevendo-se a criação de mais 7.250 postos de trabalho diretos e indiretos, a juntar aos mais de 30 mil indiretos e 5.700 diretos atualmente existentes.
Depois de já ter realizado vendas de ativos de 2,7 mil milhões de euros (seis barragens no Douro e duas centrais de gás em Espanha), a empresa prevê encaixar mais cerca de mil milhões de euros em novas alienações até 2025, sem especificar.