O processo de transformação digital do mundo já é uma realidade e os seus efeitos serão intensificados e cada vez mais sentidos no dia a dia das pessoas, na economia e no trabalho.
O País precisa de uma aposta clara e integrada nesta transformação para o digital. Não é apenas uma transformação das empresas para operarem no mercado global e local em que o digital é a base e o ponto de partida, mas é também um tema fundamental para a educação e as competências do futuro. Passa por colocar o Estado a dar o exemplo. Não falo de exemplos, aqui e ali, que já os temos e há muitos e bons anos, mas sim de uma visão integrada. Ainda hoje, despachos de membros do Governo são transportados em papel por motoristas (nem falo da pegada ecológica, mas sim da produtividade).
É fundamental prepararmo-nos para esta profunda transformação, que já enfrentamos. E para gerir este processo, que é transversal à sociedade, é central a criação da figura do ministro para o Digital – um chief digital officer do País –, dependente do primeiro-ministro, com funções de coordenação, porque o Estado é fulcral no processo de digitalização, pela relação que mantém com os cidadãos, pelo papel que desempenha na Educação, na Economia, na Ciência, na Inovação, e no eliminar das desigualdades. Cabe-lhe a missão de elaborar e de implementar uma verdadeira estratégia nacional para preparar Portugal para a era do digital, nas suas diversas vertentes. A dependência direta do primeiro-ministro é central para que tenha a força política de fazer acontecer ao ritmo do digital, isto é, para ontem e não para o final da legislatura.