Luís Cabral, até aqui administrador responsável pelo negócio de rádios da Media Capital, foi o eleito para assumir o cargo de novo presidente-executivo da dona da TVI, a Media Capital, substituindo Rosa Cullell. A decisão foi anunciada esta tarde pela empresa, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A saída de Rosa Cullell, que desde 2011 estava à frente da companhia, já tinha sido dada como “iminente” pela Bloomberg há uma semana, esperando-se pela realização do conselho de administração da espanhola Prisa, a dona da Media Capital. O Expresso já referia, na altura, que seria encontrada uma solução interna.
A substituição acontece numa altura em que a TVI foi ultrapassada pela SIC em audiências, pela primeira vez em 12 anos. O canal de Paço de Arcos, que conta desde janeiro deste ano com a apresentadora Cristina Ferreira na sua equipa, liderou o share televisivo no primeiro semestre.
A entrada de Luís Cabral não é a única mudança nos órgãos sociais: o presidente do conselho de administração, Miguel Paes do Amaral, sai para ser substituído por Miguel Mirat Santiago. E Pires de Lima, ex-ministro da Economia, deixa a administração.
Da programação informática para as rádios
O novo CEO da Media Capital, Luís Filipe Cabral de Mascarenhas e Meneses Garcia, tem 57 anos e é licenciado em Relações Públicas e Publicidade (1990). Entre 1982 e 1989 trabalhou como programador informático na União de Bancos Portugueses e na Philips. Em 1996 foi administrador da Media Meios. Passou por vários cargos de gestão na área comercial em empresas no setor da comunicação social, como nos jornais O Independente e O Semanário.
Está no grupo Media Capital desde 1997, onde passou por empresas como a Media Meios, MC Edições, MC Outdoor e Media Capital Serviços. Há dez anos, desde julho de 2009, que é administrador executivo da Media Capital Rádios.
No início do ano, em declarações num vídeo produzido pela Rádio Comercial por ocasião dos 40 anos da estação, perguntado sobre se teria tido algum convite para funções de maior responsabilidade noutra unidade da empresa, respondeu: “Ninguém me quer [risos], todos me querem aqui na rádio. Querem que eu esteja aqui na rádio. (…) É tanta a paixão que tenho pela rádio e é tão transparente que ninguém me vem buscar.”
No primeiro trimestre deste ano a Media Capital registou prejuízos de €1,4 milhões, valor que compara com lucros de €1,9 milhões um ano antes, números que o grupo justificou com a necessidade de realização de investimentos e que diz estarem “em linha com o orçamentado”.
Para o resto do ano, o grupo espera ter um desempenho em linha com exercícios anteriores e crescimento da publicidade “em linha com o mercado, e superando-o no digital”, lia-se no comunicado enviado em maio à CMVM. Já os rendimentos operacionais do negócio de rádio cresceram 42%, para €5,7 milhões.