Francisca Falcão criou a Origama porque queria conseguir ver o mar enquanto descansava na praia e não encontrava, no mercado, nenhuma solução que o permitisse. Questões pessoais levaram-na a abandonar o projeto no final do ano passado, poucos meses depois de ter revelado à VISÃO que esperava ver as Origama nos EUA muito em breve.
“Foi uma decisão da minha parte, porque queria entrar em novos projetos. Já estava há 7 anos na Origama e com vontade de fazer coisas diferentes”, justifica à VISÃO, quando questionada sobre o fim da marca, que não foi anunciado – o site saiu do ar, e o mesmo aconteceu com a página da marca no Facebook.
Segundo dados da Informa D&B, a Origama foi liquidada em dezembro de 2018, embora ainda “estejam a decorrer alguns processos burocráticos”, explica a empresária, que revela que Mário Ferreira (Douro Azul), um dos acionistas da empresa após a participação de Francisca Falcão no programa Shark Tank, acabou por comprar o registo de marca e as patentes das toalhas. Os desenhos tanto dos apoios como das toalhas foram patenteados em 2012 e 2014 pela designer. Contactado pela EXAME, o empresário dono da Douro Azul não quis comentar o assunto.
“O que [Mário Ferreira] irá fazer com a marca e a patente não me cabe a mim responder. Ele sempre nos pôs a trabalhar numa equipa, e acho que funcionou bem. No entanto, senti-me um bocadinho sozinha no projeto” uma vez que toda a equipa estava no Porto enquanto Francisca continuava em Lisboa. No entanto, sublinha, “fechámos tudo tranquilamente e sem qualquer problema. Foi uma decisão tranquila”, garante a empresária que, entretanto, está a dedicar-se a novos projetos que espera revelar em breve.
Em 2017, a faturação da Origama superava os 200 mil euros, e esperava-se um crescimento significativo nos tempos seguintes, sobretudo por via das exportações.
* com Cesaltina Pinto
Quanto aos cinco funcionários que trabalhavam na Origama, todos eles já estão entretanto ligados a outros projetos, esclarece Francisca.
No ano passado, a VISÃO destacou a Origama num trabalho sobre negócios de verão que se tinham transformado em empresas de sucesso. A marca, criada em 2012, ganhara um novo fôlego – e muito músculo financeira – quando, em 2015 participou no Shark Tank e fez sociedade com Susana Sequeira, da Partners, e Mário Ferreira. Nesse mesmo ano, a Origama entrou em Espanha e abriu uma loja própria no Príncipe Real. Em 2016 recebeu encomendas da Inditex (a gigante retalhista dona da Zara ou da Massimo Dutti) e dos seletos armazéns Home Centre, nos Emirados Árabes Unidos.
Na ocasião, a empresária referia que o próximo passo seria a entrada nos EUA, através de vendas online da Amazon. No entanto, o projeto acaba por ficar pelo caminho.