“A minha carreira teve duas fases. Primeiro com jogadores experientes, de casca grossa. Depois, mais com jogadores da formação do Benfica”, recorda, numa conversa com o diretor da EXAME. “Percebi que tinha de ter outro comportamento [com jogadores mais jovens]. Criar a disciplina das pequenas tarefa. Não admitia a um jogador entrar no Seixal e não cumprimentar a senhora que estava a servir ou não arrumar o prato de comida. Isso pode mudar a cultura de um clube.”
A autoridade para liderar o balneário não foi ganha de imediato. Quando chegou a Portugal, Luisão tinha como exemplos de liderança Hélder, Simão e Nuno Gomes. “Quando cheguei do Cruzeiro, vinha demasiado bonzinho. Tive de saber conviver com as críticas e uma vez até arranjei confusão com o Nuno. Foi nessa altura que comecei a sair da minha zona de conforto.”
A falar para uma plateia de empresários, o antigo jogador procurou transmitir lições que posssam ser aplicadas a outras áreas de atividade fora das quatro linhas. “Muitas vezes tomava uma decisão e já chegava a casa a pensar na repercussão que poderia ter. O líder pode ter tomar uma decisão no momento que não lhe convém”, explicou. As dúvidas fazem parte. “Será que tenho propriedade para cobrar do companheiro?”; e perceber a diferença entre “o interesse de um ou dois jogadores e o interesse do grupo”.
Deixou também um alerta para quem está à frente de equipas. “Se um jogador talentoso não vinga, aí a culpa não é do jogador, mas de quem o lidera.”
Questionado sobre líderes que admire, Luisão falou em primeiro lugar do seu pai e de como isso lhe permitiu estar exposto, desde muito novo, a um exemplo de liderança. O histórico do Benfica mencionou ainda Luís Filipe Vieira e Barack Obama como personalidades cujo estilo de liderança aprecia.
As 500 Maiores & Melhores Empresas foi um evento da responsabilidade da EXAME, Deloitte e Informa, com o patrocínio do Bankinter. Foram entregues prémios a 15 empresas, assim como o Prémio de Excelência na Liderança, atribuído este ano a Paulo Azevedo.