A greve de tripulantes de cabine da companhia aérea Ryanair já cancelou sete voos com origem ou destino em aeroportos portugueses e, nas próximas horas, deverá levar ao cancelamento de pelo menos mais 12.
Segundo os dados da ANA Aeroportos, o maior número de cancelamentos até ao momento (quatro) teve lugar no aeroporto do Porto, seguido de dois voos em Faro e um voo em Lisboa. Nas próximas horas o aeroporto de Lisboa deverá ver cancelados mais cinco voos, enquanto no Porto se perspetiva o cancelamento de quatro, a que se juntam mais três em Faro.
Desde as 00:00 até às 19:00, tinham sido realizados 41 voos de e para Lisboa, 36 de e para o Porto e 26 com origem ou destino em Faro. No aeroporto de Ponta Delgada não se registaram cancelamentos até ao momento.
Além desta quinta-feira, a greve marcada pelo pessoal de cabine em protesto contra o alegado desrespeito da Ryanair pela legislação portuguesa do trabalho, estende-se ainda pelos próximos domingo e segunda-feira.
O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil, que fala de uma adesão de 90% à paralisação, acusou hoje a companhia de estar a violar a lei da greve ao substituir trabalhadores grevistas por outros colaboradores da empresa oriundos de outras bases da companhia. Esta terça-feira o SNPVAC deu por concluídas as negociações com a transportadora, por terem sido “infrutíferas” e confirmou o avanço para a greve.
À Lusa a companhia admitiu os cancelamentos desta manhã, mas afirmou que os clientes afetados foram colocados em voos extra. A Ryanair marcou entretanto voos adicionais para a próxima sexta-feira. Em comunicado enviado à agência Lusa, a empresa reafirmou que a “grande maioria” dos tripulantes continua hoje “a trabalhar dentro da normalidade”, à semelhança da informação dada durante a manhã.
“Houve um pequeno número de voos cancelados, mas os clientes foram recolocados em voos extra que operaram esta manhã de bases da Ryanair fora de Portugal para o Porto e Faro. Foram também marcados voos adicionais para amanhã [sexta-feira] para acomodar passageiros perturbados por esta greve”, lê-se no comunicado.
Ontem a administração da Ryanair ameaçou reduzir o número de aviões alocados às bases que detém em Portugal se a greve convocada pelos tripulantes de cabine para o período de Páscoa se concretizasse. Em Portugal a companhia tem quatro bases – Lisboa, Porto, Faro e Ponta Delgada.