É mais um dia soalheiro na Califórnia. Se bem que a conversa seja feita através do Skype, é fácil constatar-se o óbvio. O gabinete de Nuno Sebastião é envidraçado e deixa o sol entrar. Tanto que é preciso, a determinado ponto, baixar as persianas. Com o gesto deixa-se de ver, no horizonte, os edifícios de gigantes mundiais como a Tesla e a Oracle, que são agora vizinhas da Feedzai, a tecnológica que o empreendedor português, de 39 anos, faz questão de manter portuguesa, sediada em Coimbra. Porque um dia lhe disseram que ele não podia progredir por causa da sua nacionalidade.
Saiu de casa dos pais aos 14 anos para ir viver sozinho e entrar numa escola que lhe desse mais oportunidades. Hoje, senta-se num escritório em Silicon Valley. Com outros dois amigos e engenheiros fundou, em 2009, um dos maiores especialistas mundiais no combate à fraude no sector de pagamentos e nos serviços financeiros através da inteligência artificial. Lidera 260 pessoas, espalhadas por sete escritórios, em três países: Portugal (Lisboa, Coimbra e Porto), Reino Unido (Londres) e Estados Unidos (Silicon Valley, Nova Iorque e Atlanta).
Por dia, a Feedzai monitoriza cinco mil milhões de transações bancárias em todo o mundo. E já fornece sistemas antifraude a cinco dos 25 maiores bancos mundiais. Acaba de levantar a maior ronda de investimento feita por uma empresa portuguesa: 42,5 milhões de euros. E o seu cocriador, Nuno Sebastião, acaba de ser distinguido como o líder entre os líderes portugueses com menos de 40 anos.
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