A Philip Morris International (PMI) acredita que daqui a 10 ou 15 anos poderemos viver num mundo sem cigarros. Quem o diz é Gregoire Verdeaux, Senior Vice President da PMI para os Assuntos Institucionais. Esta visão foi comunicada recentemente, durante a apresentação do estudo internacional Encouraging a Balanced Approach. Os resultados deste inquérito mostram que, apesar da polarização evidente nas sociedades, os cidadãos querem um diálogo mais inclusivo e acreditam que o progresso está no meio-termo e não nas posições extremadas. E estão também convencidos que a regulamentação e taxação não são suficientes para convencer os fumadores a largarem os cigarros. Mas há outras coisas que podem ajudar.
A pedido da PMI a Povaddo, uma empresa independente de estudos de mercado, questionou 44 mil adultos em 22 países, ou seja, 2 mil pessoas em cada país, metade das quais era fumadora e a outra metade, não fumadora. Os resultados deixam antever uma comunidade global mais empática, razoável e disponível para criar compromissos do que seria de supor. Deste universo, 90% acredita que os líderes políticos devem considerar toda as perspetivas, mesmo aquelas com as quais discordam, para resolver os maiores problemas que ameaçam a humanidade; 85% acha que as decisões que causam impacto na sociedade e na saúde pública devem ser baseadas na ciência e em factos; 75% considera que as expectativas de que as pessoas se abstenham de consumir tabaco ou álcool não são razoáveis; e 79% gostaria que os fumadores tivessem acesso a produtos de tabaco alternativos, sem combustão, que (de acordo com evidências científicas) causam menos danos à saúde. Ao mesmo tempo, 74% dos fumadores sente que as suas opiniões não são levadas em consideração pelos governantes na regulamentação do consumo do tabaco e da nicotina.
Mas de que é que estamos a falar quando falamos de formas alternativas de consumir tabaco e nicotina? Está hoje cientificamente provado que são as substâncias presentes no fumo do tabaco que causam a maioria das doenças. Ou seja, é a combustão do tabaco que origina boa parte dessas substâncias tóxicas. Produtos de tabaco aquecido permitem que as pessoas continuem a consumir tabaco e nicotina sem o efeito funesto das substâncias presentes no fumo. É importante referir, no entanto, que estes produtos não são livres de riscos e causam habituação, mas em comparação com os cigarros, são alternativas muito menos nocivas.
Sem querer apontar o dedo a ninguém, Gregoire Verdeaux diz que, “neste momento, vemos dois tipos de governos: aqueles que estão do lado da inovação, dispostos a experimentar estas alternativas e que estão determinados a ampliar o acesso a esses produtos – é o que estamos a ver, por exemplo, na Nova Zelândia, que está decidida a acabar com os cigarros no seu mercado, mas que apresentou produtos alternativos aos seus fumadores –, e aqueles que se mantêm firmes nas políticas que têm vindo a praticar até aqui.”
Para ajudar a ilustrar o que está a acontecer neste segundo grupo, este responsável da PMI dá o exemplo de França, o seu país de origem, e cujo mercado conhece bastante bem. “França é o país da União Europeia onde um maço de cigarros custa mais dinheiro: entre 9,50 e 10,50 euros. 83% desse valor são impostos. Resultado? Um terço do mercado é ilegal, escapando à taxação.” Ou seja, nem o Estado recolhe os impostos que poderiam ser canalizados para políticas públicas ligadas à saúde e informação dos fumadores, nem as pessoas mudam o seu consumo para produtos menos prejudiciais. Um cenário em que todos perdem.
Este estudo elaborado pela Povaddo veio mostrar à PMI que está no caminho certo e que o seu objetivo de contribuir para um futuro sem cigarros está alinhado com as expectativas das pessoas.
De acordo com este inquérito, oito em cada dez pessoas acreditam que se os consumidores e as empresas juntarem esforços terão um impacto significativo nos desafios que a sociedade enfrenta.
Quanto a um futuro livre de cigarros, o Senior Vice President da PMI para os Assuntos Institucionais acha que o maior desafio será disponibilizar estes produtos a pessoas de baixos rendimentos uma vez que, regra geral, são essas pessoas que mais consomem cigarros. É importante que a taxação não os torne proibitivos, mas, pelo contrário, aliciantes em comparação com o preço dos cigarros. Gregoire Verdeaux conclui: “Se houver bom senso e boa vontade, devemos ser capazes de ampliar o acesso, esse é, de resto, o objetivo da nossa empresa: cooperar com os governos para tornar possível o fim dos cigarros em 10 a 15 anos.”