Terminou ontem a primeira ronda da fase de grupos do Campeonato do Mundo de futebol, no Qatar. Uma competição que, em especial nos últimos dias, tem vindo a ser muito criticada, exatamente por decorrer neste esdrúxulo ponto do Globo, onde os direitos humanos são tratados com os pés por um regime absolutista e feudal: um estado que considera legítimo enriquecer e esfregar na cara de todo o mundo a sua riqueza, construída, muitas vezes, em cima da abjeta exploração de trabalhadores migrantes sem as garantias mínimas de trabalho condigno; um país onde as mulheres continuam a não ter direitos iguais aos homens e a homossexualidade é criminalizada; e um organizador que continua a merecer da parte da FIFA uma defesa que se tornou aviltante, tais são os métodos de censura que tem vindo a adotar. Felizmente, as tentativas de calar a boca aos protestos e às manifestações públicas de defesa dos direitos humanos e das conquistas civilizacionais têm merecido, da parte de algumas seleções (infelizmente não da nossa), uma resposta condigna, que talvez possa levar a que, no futuro, a FIFA e todas as suas associadas percebem a necessidade de incorporar no seu funcionamento e nas suas decisões uma infinitamente maior consciência do que deve ser a sua responsabilidade social.
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