O verão que se despede dentro de algumas horas – precisamente às 2h03 da próxima madrugada – não vai propriamente deixar saudades, com as ondas de calor inclementes, os incêndios aterradores, a seca catastrófica e até o regresso da inflação. Mas sem querer carregar no pessimismo antes da chegada do equinócio do outono, a perspetiva daquilo que podemos esperar para as próximas estações parece ser cada vez pior e até aterrador. Aprendemos todos, desde cedo, que ao outono se segue o inverno – o que nunca pensámos, ao longo das nossas vidas, era que o próximo inverno tivesse tantas probabilidade de poder ser o apocalítico inverno… nuclear.
A possibilidade ganhou contornos de realidade desde o discurso ameaçador proferido ontem por Vladimir Putin, em que anunciou a sua intenção de usar as suas armas nucleares no caso de se sentir ameaçado. Até porque já deixou também claro qual é o seu plano. Primeiro, vai concretizar a anexação dos territórios ucranianos de Lugansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhia, através da realização de referendos organizados pelos separatistas pró-russos, entre os dias 23 e 27 de setembro. Em seguida, passa a usar, com mais insistência, a chantagem nuclear, visto que considera que qualquer ação do exército ucraniano, com armamento ocidental, naqueles locais, será considerada uma invasão do território russo.
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