Já se passaram quase dois meses desde que os portugueses foram chamados a votar, sem grande vontade, em eleições legislativas antecipadas. Durante estas semanas, enquanto esperávamos a repetição do sufrágio no círculo da Europa, vivemos a política nacional numa espécie de limbo. Foram momentos raros: o velho governo cumprindo descontraidamente as suas obrigações num país gerido em regime de duodécimos e uma oposição desinteressada já a pensar em estratégias para o futuro. No último mês, a agenda mediática compreensivelmente ocupada, quase em exclusivo, com a guerra na Ucrânia, ainda aumentou mais essa sensação de vida política suspensa.
A partir desta terça-feira tudo mudará. No Palácio de Belém, o Presidente da República usou mesmo a expressão “virar de página.”