Segundo o coordenador do serviço, o psicólogo Manuel Coutinho, 64% dos apelos que chegaram no ano passado ao serviço telefónico do Instituto de Apoio à Criança (IAC) foram feitos por “meninos, meninas e jovens que queriam falar com alguém”.
“As crianças e os jovens, por vezes, vivem numa solidão acompanhada. Estão pessoas perto deles, mas não têm confiança, não têm à vontade para falar com essas pessoas e ligam para o serviço SOS-Criança”, contou Manuel Coutinho.
Estas crianças “estão sozinhas e fechadas dentro delas próprias e são essas crianças, com dúvidas existenciais, com ideação suicida, com angústia, com os medos depressivos que procuram frequentemente” este serviço.
Em 2014, a linha SOS Criança (116 111) recebeu 5799 pedidos de ajuda. Vinte por cento dos apelos foram de crianças em risco, enquanto 18% foram de crianças vítimas de negligência e 12% vítimas de maus-tratos físicos dentro da família.
Segundo Manuel Coutinho, “a complexidade dos apelos apresentada”, desde que o serviço foi criado, “tem vindo a aumentar” e as situações a tornarem-se “cada vez mais delicadas” e mais difíceis de resolver.