Para André Coimbra, 28 anos, jogar póquer é mais do que um passatempo, é uma profissão. Quando começou a interessar-se pelo tema começou por aliar o treino à leitura sobre o tema e às discussões com outros jogadores em fóruns. Foi melhorando e, em 2013, lançou um desafio a si próprio: doar todo o dinheiro que conseguisse ganhar nesse ano a uma instituição social.
André já doava 10% do que ganhava a causas sociais há alguns anos, mas nunca tinha feito um donativo tão elevado como o de 2013: 50 mil euros, que foram entregues à Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Figueira de Lorvão, no distrito de Coimbra, de onde o jogador é originário, apesar de residir em Lisboa.
Licenciado em Ciências de Computadores, André faz parte da equipa PokerStars e, durante o ano em que resolveu doar todos os lucros, viveu dos patrocínios e de rendimentos de anos anteriores. Em 2010, por exemplo, venceu o campeonato do mundo e recebeu um prémio de 42 mil dólares (cerca de 37 200 euros).
André admite que quando começou a dedicar-se ao póquer a sua principal motivação era o dinheiro, mas atualmente essa é a sua terceira ou quarta motivação. “O que valorizo mais é a liberdade de poder fazer o meu horário, escolher quando faço férias, não ter patrão”, confessa.
Para este ano, André já pensou num novo desafio solidário: vai usar as transmissões dos jogos para incentivar o público a fazer donativos que serão entregues a instituições solidárias.