É uma daquelas invenções só tornadas possíveis com o alcance global de internet. A ideia de financiar projetos artísticos em que acreditamos pode ser bem antiga (para aqueles que podiam…) mas, até há uns anos, não era nada prática. O crowdfunding (“financiamento coletivo” é uma tradução possível da expressão anglófona que se generalizou em todo o mundo), funcionando a partir de um website, concretizou o que parecia utópico: qualquer um, até de forma anónima, pode contribuir com uma qualquer quantia para a concretização de uma qualquer ideia, individual ou coletiva.
Na prática, uma forma de financiamento democrático, à margem dos subsídios institucionais ou patrocínios de marcas. Em Portugal, há várias plataformas a funcionarem com este objetivo (destacamse os casos da PPL e da Massivemov) e os artistas têm sido, cada vez mais, frequentadores assíduos, procurando que o seu público os ajude de forma direta em troca de contrapartidas que, por norma, variam consoante o valor doado. Só quando as candidaturas atingem o total do valor pedido é que o dinheiro é libertado (caso contrário é devolvido a cada um dos mecenas individuais…).
Por isso é que o exemplo português de maior angariação de fundos acabou por ser… um flop. Nuno Markl pôs a fasquia muito alta, ao pedir ajuda para a produção do filme Por Ela, que escreveu, e que contaria com a participação de Ana Bacalhau, César Mourão e Tónan Quito. A ideia era conseguir chegar aos cem mil euros em 45 dias, mas a campanha acabaria por juntar apenas (?) cerca de €40 mil. Nas palavras de Markl, “o falhanço mais bem sucedido de sempre”.
Clique para conhecer alguns projetos artísticos financiados através de crowdfunding:
Palmilha Dentada: Finos, lambões e oportunistas
Projeto Troika: Para memória futura
As Fantásticas Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy III: ‘Uma Aventura e Peras’
Festival Play: Uma Magia Especial
Lotus Fever: Vitória ao sprint
Uivo: Em nome de uma voz