O modelo do cartaz é o mesmo: um retrato ao centro e um número de telefone destacável no fundo. Mas em vez de estar escrito em letras garrafais “desapareceu”, lê-se: “apareceu”.
A nova campanha da Cais, que está a celebrar os 20 anos de trabalho, é dedicada às pessoas que venceram situações de exclusão social com a ajuda da organização.
A Cais pretende tornar visíveis casos de sucesso de reintegração social, que representam a verdadeira razão de existência da associação, da qual é cofundador Henrique Pinto, colunista da VISÃO Solidária .
Apesar de as histórias apresentadas na campanha serem reais, os retratos utilizados não correspondem a utentes da instituição, para proteger a sua privacidade.
O número de telefone impresso nos cartazes, em vez de servir para divulgar pistas sobre uma eventual pessoa desaparecida, permite fazer um donativo de €0,60 cêntimos à Cais, para que mais pessoas possam “aparecer”.
Quando se tornou toxicodependente, aos 24 anos, Ana (nome fictício) já era mãe. “A CAIS ajudou-me a começar a ver que eu era uma pessoa que podia dar algo ao mundo, que podia ser outra vez uma mãe, que podia ser uma dona de casa, que podia ser uma pessoa que, que podia ter um trabalho”, pode ler-se no seu testemunho no site da associação.
Atualmente, a Cais tem dois centros em Lisboa e Porto que dispõem de acompanhamento psicossocial e ações de formação, direcionadas para os projetos de empregabilidade da associação.
Em 2012, a Cais tornou-se na primeira instituição portuguesa a receber o prémio Civil Society, do Comité Económico e Social Europeu, pelos seus projetos de empregabilidade social. Já este ano, a organização foi distinguida pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, como Membro Honorário da Ordem de Mérito.