O programa de atribuição de bolsas de estudo para o ano letivo 2014-2015, que assinala simbolicamente o 20.º aniversário da Acreditar, vai contemplar apenas dois jovens, mas a intenção é que, no futuro, sejam atribuídas mais bolsas, disse a diretora da associação. “Se conseguirmos angariar apoios junto da sociedade civil, talvez consigamos ajudar mais jovens” a prosseguir os estudos, disse Margarida Cruz.
A criação destas bolsas visou responder à necessidade que os pais têm de poderem continuar a apostar na educação dos filhos, que “vão ficar bons e vão precisar de ter uma boa profissão, uma boa formação”, explicou. Sob o lema “Tratar a criança com cancro e não só o cancro na criança”, a Acreditar tem feito a diferença no dia-a-dia de milhares de crianças, adolescentes e respectivas famílias, intervindo a nível emocional, material, financeiro e educativo.
Fazendo um balanço do trabalho de duas décadas da Acreditar, Margarida Cruz disse que a associação cumpriu o seu papel, mas o “balanço seria muito mais positivo”, se a associação pudesse ter deixado de existir: “Era um óptimo sinal”. Mas o que tem acontecido é que há “cada vez mais famílias fragilizadas e carenciadas” a recorrerem à instituição, “como último recurso”, uma situação potenciada pelos cortes orçamentais ao nível da protecção social, pelo aumento do desemprego, das despesas com os tratamentos e as deslocações ao hospital. Acresce a esta situação, o facto de o tratamento levar a que o principal cuidador deixe de trabalhar para poder cuidar do filho.
No ano passado, foram encaminhadas para a instituição 278 famílias pelos serviços sociais dos IPO do Porto, de Coimbra e Lisboa, do Hospital de S. João, Hospital Pediátrico de Coimbra, Hospitais da Universidade de Coimbra e Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal. “