Le Mani, “as mãos”, em italiano, é o nome da invenção de Filippo Fiumani, 26 anos, um artista italiano que chegou a Portugal há quatro anos, ao abrigo do programa de intercâmbio estudantil Erasmus.
No âmbito do seu mestrado em Design de Produção no IADE, em Lisboa, Filippo passou meio ano a desenvolver uma caneta que, em vez de escrever com tinta, cria relevo no papel.
O objeto pode ser utilizado por toda a gente, o próprio inventor já o utilizou nos seus projetos artísticos, mas o principal objetivo é que os invisuais possam desenhar e perceber o que os outros desenham.
O protótipo foi testado por um amigo do estudante, o angolano Francisco Vicente, 49 anos, que ficou cego aos 21 anos devido a um descolamento da retina. Mas Filippo gostava de ver a sua caneta nas mãos de mais gente, sobretudo nas de crianças invisuais que quisessem experimentar desenhar com ela.
Agora, o estudante quer aprimorar o protótipo, tornando a caneta mais autónoma e ecológica – atualmente funciona com energia elétrica. Outra das suas ideias é usar, apenas, materiais recicláveis na construção.
A ponta da Le Mani é como se fosse uma agulha, que vai furando e criando relevo no papel. A inspiração do inventor foi o método usado pelos prisioneiros para fazerem tatuagens, com pouco material disponível conseguiam incorporar motores em agulhas artesanais para imprimirem imagens no corpo.
Filippo quer ver a sua invenção no mercado comercial e confessa que só através do uso será possível perceber todas as potencialidades da Le Mani, a invenção que lhe valeu 20 valores.
O italiano Filippo Fiumani, que se apixonou por Portugal durante o programa de intercâmbio de estudantes Erasmus