Que trabalho tem sido feito, ao longo de quatro anos, através do projeto “AJDP nas escolas” e quantos jovens já foram abrangidos?
O projecto “AJDP nas Escolas” tem realizado acções maioritariamente em escolas por todo o País. Apenas em 2011, contactámos com 100 crianças desde os 4 anos, mais de 700 jovens do ensino preparatório e secundário e cerca de 80 professores e auxiliares de educação. Estas iniciativas, pedidas por jovens com diabetes ou professores que pretendem estar bem informados, são muitas vezes actividades dinâmicas que pretendem mostrar a diabetes do ponto de vista de quem tem diabetes, em vez de uma abordagem mais formal e menos cativante. Mas este projecto também já participou em eventos relacionados com a Saúde e com Voluntariado, chegando a uma população muito mais alargada que a população escolar.
Porque é que a AJDP se volta agora para os idosos?
No âmbito do projecto “AJDP nas Escolas” que a associação tem implementado há quase 4 anos, este tipo de acção teve já várias réplicas em todo o país, especialmente entre a faixa etária jovem. Foi através de uma colaboração com a associação B-Local que fomos convidados a integrar o projecto “Velhos são os Trapos”, que consiste em diversas acções junto da população idosa. Contudo, é também junto do séniores que a associação pretende chegar para manter esta iniciativa social e de aproximação às comunidades mais idosas, pois estes apresentam-se como um grupo de risco, onde os mitos imperam, no qual podem incidir vários problemas de saúde e de falta de informação. Com avós informados, a educação e alerta para a diabetes chega também aos netos.
O que acontece exatamente nesta sessão prevista para hoje, dia 4?
Tendo em conta o público-alvo, a sessão irá focar-se em Diabetes Tipo 2, promovendo um estilo de vida saudável que permita a prevenção da Diabetes Tipo 2 e a manutenção da qualidade de vida no dia-a-dia. Estas informações serão passadas de forma lúdica, que permita a integração dos participantes.
De que modo a crise económica pode ter interferência no aparecimento, prevenção ou mesmo “tratamento” da diabetes?
Os impactos da crise económica podem ser notados tanto do lado de quem tem diabetes como do lado dos profissionais que acompanham estas pessoas. Alguns dos medicamentos para Diabetes não são totalmente comparticipados, as tiras para os testes de glicémias também não, e pessoas com dificuldades económicas irão tentar reduzir custos, o que leva a um pior controlo metabólico e a outros problemas de saúde. A falta de investimento em campanhas de prevenção de Diabetes Tipo 2 vai levar a um aumento dos casos, o que por sua vez também vai levar a um aumento dos custos para o Estado. Os Centros de Saúde também procuram reduzir a despesa, levando a um limite do número de consultas especializadas. E finalmente, as reduções de despesa pode impedir o acesso a novos métodos terapêuticos, como as bombas de insulinas e os sensores de monitorização contínua da glicémia. Infelizmente esta situação vai levar a um maior número de complicações e hospitalizações associadas à Diabetes, o que não só reduz a qualidade de vida de quem tem diabetes como também aumenta os custos directos da Diabetes, que segundo o Relatório Anual do Observatório Nacional da Diabetes de 2011 ascende já a 11% da Despesa em Saúde.