Está marcado para o dia 15 de abril, em Alcântara, o 7º encontro de BTT organizado pelo Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna. O tiro de partida para o passeio – a organização faz questão de sublinhar que não é uma corrida – será dado às nove da manhã. Desta vez, a inscrição, no valor de 10 euros, reverte na totalidade para a associação Acreditar, uma IPSS fundada em 1993 para dar apoio a crianças com cancro e respetivas famílias.
O convívio entre ciclistas solidários realiza-se numa altura em que a Acreditar celebra o décimo aniversário da sua primeira casa, a de Lisboa (há outra em Coimbra e brevemente haverá uma no Porto), que funciona como lar temporário, e gratuito, para as crianças em tratamento no Instituto Português de Oncologia e seus familiares.
Feitas as contas, ao longo da primeira década, já passaram pela casa da capital 500 crianças, a uma média de 50 por ano, e 140 voluntários. “Quando a associação começou a fazer o seu trabalho de voluntariado nos hospitais apercebeu-se de que havia pais que estavam deslocados de casa durante muito tempo enquanto os filhos faziam os tratamentos”, contou Margarida Cruz, presidente da associação à Agência Lusa. “Eles ficavam em habitações precárias. Muitos ficavam em pensões pagas pela segurança social, sendo que as condições não eram as melhores do ponto de vista emocional, nem do ponto de vista de higiene que é requerida para crianças que estão imunodeprimidas”.
O sonho de construir um lar temporário para estes casos já vinha dos anos noventa, mas só em 2002 é que a associação conseguiu receber as primeiras famílias numa casa com 12 quartos, duas salas de brincadeira e uma cozinha comum, situada mesmo em frente ao IPO. “Queríamos construir um sítio que fosse um bocadinho parecido com as suas casas, onde pudessem fazer a comida que os filhos gostam e todas as outras coisas”, explicou Margarida Cruz.