Atualmente, mais de metade da população mundial vive em áreas urbanas. Daqui a trinta anos, a percentagem deverá subir para os dois terços.
As crianças representam 60 por cento do aumento da população urbana mundial, um cenário que preocupa a UNICEF.
Apesar de as cidades oferecerem muitas vantagens ao nível das infraestruturas, como escolas, hospitais e espaços de lazer, existe uma grande disparidade entre o nível de vida dos seus habitantes.
Mais de mil milhões de crianças das zonas urbanas estão excluídas de cuidados de saúde, acesso à educação, e abastecimento de água potável. Uma realidade espelhada nos bairros de lata e nas favelas, por exemplo.
A conclusão consta do relatório sobre a Situação Mundial da Infância 2012: Crianças no Mundo Urbano. O estudo da UNICEF destaca o perigo das estatísticas que agregam os dados relativos a ricos e pobres e dão origem a médias enganosas.
No Bangladesh, por exemplo, a taxa de mortalidade infantil até aos 5 anos é 44 por cento mais elevada nos bairros de lata do que nas povoações rurais (dados de 2009).
Um dos principais problemas das zonas urbanas é a deficiente rede de serviços que não abrange todas as famílias, deixando de fora, por exemplo, as crianças que habitam em bairros de lata. A pensar nisso, o relatório apela aos governos para colocarem a proteção à infância no centro do planeamento urbano, de forma a chegarem a toda a população infantil.
Um dos bons exemplos apontados pela organização é o programa contra a pobreza Oportunidades, criado no México. Este projeto pioneiro dá dinheiro às famílias mais pobres, com a condição de as crianças frequentarem a escola e irem ao médico regularmente.