Celebra-se hoje, domingo, o dia mundial dos doentes de Lepra – data instituída pela ONU em 1954, a pedido de Raoul Follereau. Este benfeitor dedicou a sua vida ao combate deste flagelo. Hoje em dia, a Lepra, ou doença de Hansen, está amplamente estudada e é curável. É contagiosa mas não hereditária, contrariamente ao que se pensou durante muitos anos.
O trabalho de Raoul “tinha como prioridade dignificar a pessoa do leproso, eliminando o estigma da doença”, afirmou João Ferreira – director da APARF (Associação Portuguesa Amigos de Raoul Follereau), numa sessão de esclarecimento no Luso, há alguns dias atrás. Referiu ainda que “as pessoas eram tratadas como criminosas por serem doentes”.
Famílias inteiras ficavam excluídas e marginalizadas.A APARF é uma IPPS (Instituição Particular de Solidariedade Social sem fins lucrativos) que presta assistência material, sanitária e moral às pessoas afetadas pela lepra, promovendo ações de luta contra esta enfermidade e outras causas de marginalização social.
Colabora com Organizações congéneres de outros Países no domínio da informação e da investigação cientifica e em assistência aos “hansenianos” de todo o mundo. Participa ainda em jornadas missionárias e de voluntariado em outras áreas de ação.
A realidade portuguesa
A Lepra está oficialmente considerada erradicada no nosso país No entanto há uma ocorrência de cerca de 10 novas situações por ano. Neste momento há 17 idosos internados no hospital Rovisco Pais, segundo Teresa Ferreira – funcionária da APARF.Os novos casos dão-se sobretudo em estrangeiros, que terão contraído a doença no seu país de origem.
A incubação do bacilo é de cerca de 10 anos até se manifestarem os primeiros sintomas. Acontece a pessoas “normais”, não só a indigentes, e até a pessoas jovens.O estado português cede a medicação de forma gratuita mas isso não basta para a reintegração social das vítimas de Lepra.
Definida por Raoul F. como a “filha primogénita da pobreza e da fome”, é para a prevenção que são canalizados grande parte dos fundos que a APARF recolhe. Os projectos da associação centram-se na construção de habitações para famílias carenciadas, apoio a crianças desnutridas e equipamentos para centros de saúde.
Lepra no Mundo
Hoje em dia, a progressão da doença está controlada, apesar de se continuarem a registar milhares de novos casos por ano, sobretudo na Índia e no Brasil mas também na Guiné e em Moçambique, apesar de em menor número.
A APARF tem sido a maior doadora de fundos para o Hospital do Mal de Hansen em Cumura, Guiné, onde doentes de Lepra, SIDA e Tuberculose são tratados e acompanhados – um projeto piloto num país com carências graves ao nível da saúde.
Para mais informações visite da APARF