Se olharmos para o mundo numa lógica de equilíbrios noticiosos, podemos dizer que a morte do Papa Francisco veio permitir que, pelo menos nas próximas semanas, as euforias e as medidas erráticas de Donald Trump ocupem menos espaço mediático. Depois do velório e do funeral destes próximos dias, seguir-se-á a escolha de um Papa num novo conclave – a qual, como é sabido, pode prolongar-se durante dias, dando sempre pano para mangas em matéria de conspirações e especulações.
Por natureza, a eleição de um novo pontífice é não só a eleição menos previsível como também a menos transparente de todas. Quem entra Papa, diz um velho ditado italiano, sai cardeal, ou seja, não vale a pena lançar nomes para o terreno nem fazer grandes apostas, apesar das inúmeras listas de papabili, mais ou menos fundamentadas, que por estes dias se publicam um pouco por todo o lado. A classificação é sempre redutora, mas é mais do que natural que as divisões entre cardeais progressistas e conservadores venham ao de cima.
