Segundo o coordenador do grupo de trabalho que traçou o novo plano para as urgências de Pediatria e Ginecologia e Obstetrícia, Alberto Caldas Afonso, a ideia é deixar para as urgências apenas os casos encaminhados por outras unidades hospitalares, pelos assistentes ou pelo INEM.
No caso das pulseiras azuis (não urgentes), serão marcadas consultas nos cuidados de saúde primários em 48 horas.
Os casos com pulseiras verdes (pouco urgentes) serão logo encaminhados para a chamada ‘consulta aberta’ nos centros de saúde, para que a criança possa ser vista em 24 horas.
O plano vai arrancar inicialmente em Lisboa e Vale do Tejo, região Oeste e Península de Setúbal, sendo depois alargado a todo o país.
Centros de atendimento clínicos pediátricos em Lisboa e Porto
Alberto Caldas Afonso anunciou ainda que Porto e Lisboa vão ter centros de atendimento clínicos pediátricos para receber crianças triadas pelos hospitais da região como não urgentes.
O Centro de Atendimento Clínico (CAC) pediátrico do Porto vai funcionar no Hospital da Prelada, onde já funciona o CAC de adultos, que tem “excelentes condições”. Este CAC irá receber as crianças reencaminhadas pelo centro hospitalar do Porto e pelos hospitais de Matosinhos e de Gaia.
Em Lisboa, o Centro de Atendimento Clínico pediátrico irá funcionar no Hospital da Cruz Vermelha e irá receber as crianças enviadas pelos hospitais Santa Maria, Dona Estefânia e São Francisco Xavier. “Em Lisboa, o local foi mais difícil de encontrar”, mas “dá garantias” para realizar o trabalho necessário, comentou Caldas Afonso, avançando que irão iniciar-se as negociações para operacionalizar o processo.
Nos CAC haverá sempre um pediatra na equipa e enfermeiros, preferencialmente, com experiência em saúde infantil.
Sem avançar com uma data para abertura dos CAC, Caldas Afonso disse que gostaria que acontecesse “antes do pico de inverno das infeções respiratórias”, para evitar que as crianças passem “tempos intermináveis” nas urgências como geralmente acontece neste período.