Uma nova sondagem conduzida pela Universidade de Siena, em parceria com o New York Times e o The Philadelphia Inquirer, coloca Donald Trump na liderança da corrida à Casa Branca. Em confronto direto com Joe Biden, atual presidente dos EUA, o candidato republicano está à frente em cinco estados decisivos nas próximas eleições.
A perder nos estados de Michigan, Arizona, Nevada, Geórgia e Pensilvânia, Biden lidera apenas no Wisconsin, com uma vantagem de dois pontos percentuais sobre Trump (47%-45%) entre os eleitores registados.
Os resultados mantêm-se praticamente inalterados desde as últimas sondagens, realizadas em novembro de 2023, com Joe Biden atrás de Trump nos estados mais importantes. Desde então, fatores como a melhoria económica no país e o início do julgamento de Donald Trump – no caso de silenciamento de uma antiga atriz de filmes pornográficos – não foram suficientes para impulsionar Joe Biden nas sondagens.
Apesar de Biden estar a subir a nível nacional em sondagens anteriores, o mais recente estudo mostra que o candidato democrata não será reeleito se não vencer em, pelo menos, três dos seis estados decisivos – ainda que saia vitorioso nos restantes estados onde venceu em 2020.
A sondagem mais recente, publicada nesta segunda-feira, indica uma quebra no apoio do atual presidente dos EUA, sobretudo entre os eleitores mais jovens, negros e hispânicos, cruciais na sua primeira eleição. A política da Casa Branca em relação ao conflito em Gaza e a situação económica americana – apesar da diminuição da inflação – são os fatores que mais estão a prejudicar a campanha do candidato democrata.
Apesar do abrandamento da inflação e do fim das subidas das taxas de juro, mais de metade dos eleitores envolvidos na sondagem afirmou considerar que a economia do país se encontra numa posição frágil e expressa o desejo de mudança – quase 70 % dos questionados afirmou que o sistema político e económico do país necessita de grandes mudanças.
A sondagem foi realizada através de chamadas telefónicas sobre a intenção de voto a pouco mais de 4 mil eleitores registados nos estados em questão, entre abril e maio de 2024. A partir da mesma, foi possível reconhecer informações sobre as características demográficas de cada eleitor registado, o que permitiu aos responsáveis obter dados relativos ao número certo eleitores de cada partido, raça e região.
Segundo os dados obtidos, ambos os candidatos estão praticamente empatados entre os eleitores mais jovens – entre os 18 a 29 anos – e de origem hispânica, grupos eleitorais que foram cruciais na sua eleição em 2020, totalizando mais de 60% dos seus votos.
No mesmo sentido, Biden está também a perder eleitorado negro, revela a sondagem. De cerca de 8% – em 2020 – para 20% – em 2024 – Donald Trump cresce entre os eleitores negros, sobretudo nos estados do Arizona, Geórgia e Nevada, que impulsionaram a primeira vitória do candidato democrata. A comprovar-se, esta percentagem será o resultado mais alto de apoio negro a qualquer candidato presidencial republicano desde a promulgação da Lei dos Direitos Civis, em 1964.
A seis meses das eleições – marcadas para 5 de novembro – Biden parece ter mais hipóteses de ganhar nos estados do norte como Michigan, Pensilvânia e Wisconsin. Isto porque o candidato mantém um maior apoio por parte do eleitorado branco e mais velho e, por isso, menos propenso a exigir mudanças fundamentais no sistema. Segundo o New York Times, os estados em questão, que não se classificam enquanto progressistas ou conservadores, tendem a favorecer uma governação estável e de continuidade e a temer uma erosão da democracia no país.
A alguns meses das eleições, os responsáveis pela sondagem revelam que ainda há tempo para que os resultados se alterem de forma significativa. Historicamente, as sondagens nesta fase inicial não são necessariamente indicativas do resultado, e o avanço de Trump entre os eleitores mais jovens, negros e hispânicos, tradicionalmente democratas, pode não assentar numa base sólida – com a sua força concentrada entre eleitores irregulares, desinteressados e com tendência para mudar de opinião à medida que a corrida à Casa Branca se intensifique.