Uma dúzia de anos passou desde que, no palco do Coliseu do Porto, Pinto da Costa se ofereceu para segurar o Dragão de Ouro recebido por André Villas-Boas. Enquanto o treinador, já então no Chelsea, lia um discurso de exaltação portista, durante a gala anual que homenageia os melhores do ano, o presidente ia sorrindo e mexendo no objeto que reconhece os feitos ao serviço do clube azul e branco, no caso as conquistas da Liga Europa e do campeonato, além da Supertaça e da Taça de Portugal. O técnico do Chelsea deslocara-se propositadamente a Portugal, em outubro de 2011, para receber o galardão de Treinador do Ano.
O presidente, a quem dera um abraço efusivo antes de se dirigir aos presentes, parecia ter-lhe perdoado a desfeita de ter seguido para Inglaterra no verão anterior, convencido por Roman Abramovich, contra a vontade da estrutura azul e branca. “Eu sei que quando disseste que esta era a tua cadeira de sonho, o disseste com convicção e amor”, admitiu o líder portista. “Se escreveres as tuas memórias nos próximos 30 anos, conta comigo para te escrever o prefácio”, acrescentaria Pinto da Costa, no discurso de encerramento. As pazes estavam seladas.