Ver para crer. Nunca a máxima de São Tomé foi tão posta em causa. Com o surgimento da Inteligência Artificial (IA) generativa, que permite a criação realística – rápida, fácil, eficaz e barata – de imagens, vídeos, áudios e textos falsos, é cada vez mais difícil acreditar naquilo que os nossos sentidos constatam. Os chamados deepfakes vieram para baralhar crenças e instalar a desconfiança.
Em 2024, será batido o recorde do número de países que irão a eleições: 76, segundo o The World Ahead, publicação da revista The Economist, que analisa as principais tendências do futuro próximo. Além de Portugal, as urnas serão abertas em nações com um impacto mundial significativo, como o Reino Unido, os Estados Unidos da América ou a Índia. Coletivamente, falamos de cerca de quatro mil milhões de pessoas, mais de metade da população mundial – aliás, vão a votos oito dos dez países mais populosos do planeta (além dos dois últimos referidos, Bangladesh, Brasil, Indonésia, México, Paquistão e Rússia). Num contexto de desinformação produzida pela IA, receios de ameaças à integridade das eleições parecem justificados.