Suspeita, em Angola, de ter criado um sistema paralelo de processamento de ordenados na Sonangol durante a liderança de Isabel dos Santos, uma empresa que tem como sócia Paula Leite da Silva, mulher do gestor Mário Leite da Silva – o antigo braço-direito da empresária angolana –, também foi, segundo confirmou a VISÃO junto de um antigo administrador, contratada pela Efacec durante a gestão da equipa da filha do ex-Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, para o mesmo fim: a implementação de um software de gestão.
Com sede na Zona Franca da Madeira, a Odkas pertence a Paula Leite da Silva – que, através da sociedade luxemburguesa FPM Capital SA, detém 49% do seu capital social – e a Carlos Manuel dos Santos Russo – que controla 51%, através da Wholetrue Capital SA, também com sede no grão-ducado. Em abril de 2021, um ano após as revelações do caso Luanda Leaks, o Ministério Público avançaria com um pedido de apreensão dos saldos bancários da Odkas, o que, numa primeira fase, foi aceite pelo então juiz de instrução Ivo Rosa (atualmente, desembargador no Tribunal da Relação de Lisboa), que viria, mais tarde, a alterar a sua posição. Porém, depois de várias peripécias judiciais – como decisões contrárias entre juízes –, a Relação de Lisboa viria a decidir pela apreensão, que se manterá até à data.