Um novo estudo publicado na revista científica Psychology and Marketing concluiu que a utilização de redes sociais profissionais – como o Linkedin ou o Xing – pode desencadear sentimentos de “Imposter Sindrome” – em português “síndrome do impostor”. Este é o primeiro estudo científico que prova a existência de uma ligação entre as redes sociais e a síndrome. “Basta navegar no feed de notícias ou mesmo publicar uma conquista no LinkedIn para desencadear uma reflexão sobre a nossa identidade profissional, o que pode provocar pensamentos de impostor, associados ao medo de sermos descobertos como impostores. As nossas conclusões mostram que os efeitos negativos das redes sociais no bem-estar não se devem apenas ao facto de nos compararmos com os outros, mas também porque acreditamos que os outros nos têm em melhor conta do que nós próprios”, explicou Ben Marder, um dos investigadores envolvidos no estudo.
Para a investigação, liderada por um grupo de especialistas da Escola de Negócios da Universidade de Edimburgo, foram analisados dados de inquérito de 506 utilizadores do LinkedIn com, pelo menos, uma licenciatura feita – como nível de educação – e idades a rondarem os 36 anos. Nos inquéritos, os especialistas analisaram a presença da síndrome de duas formas distintas: ao verificarem os efeitos que a navegação da página principal do LinkedIn e contacto com as publicações de outras pessoas pudessem ter nos inquiridos; e ao avaliar os seus sentimentos após a publicação dos próprios sucessos profissionais. Segundo os resultados, os inquéritos mostraram que ambas as interações relacionadas com estas redes despertaram sentimentos de “síndrome do impostor” – o sentimento inadequação no local de trabalho, apesar da pessoa ser bem sucedida profissionalmente, e que pode gerar ansiedade e pensamentos depressivos.
Os resultados mostraram que as pessoas envolvidas no estudo sentiam falta de confiança profissional, especialmente, ao fazerem publicações próprias. “Verificou-se que, quando os utilizadores navegam na plataforma e publicam informações sobre as suas realizações pessoais (aumentando assim a sua atenção profissional centrada em si próprios), transmitem uma sensação de síndrome do impostor que inclui pensamentos de ansiedade e depressão. Além disso, o documento conclui que os pensamentos do impostor conduzem a intenções de adotar um comportamento de resolução direta, como a inscrição em cursos pagos destinados a aumentar as competências na plataforma”, pode ler-se num comunicado publicado na página da Universidade.