A missão OSIRIS-Rex, iniciada em 2016 e concluída em setembro deste ano, trouxe para a Terra uma amostra do asteroide Bennu, com 60 gramas, que está a fomentar a teoria de que a vida no nosso planeta teve início no Espaço. A primeira imagem da peça recolhida e dados de análise foram apresentados esta quarta-feira num evento realizado pelo Centro Espacial Johnson, em Houston, EUA.
A avaliação preliminar à amostra recolhida do asteroide com 4,5 mil milhões de anos revela que Bennu tem “alto teor de carbono e água, que, juntos, podem indicar os pilares para a construção da vida na Terra”, diz relatório da NASA.
“A amostra OSIRIS-REx é a maior amostra de asteroide rica em carbono que alguma vez chegou à Terra e vai ajudar os cientistas a investigar as origens da vida no nosso planeta durante as próximas gerações”, disse o administrador da NASA, Bill Nelson. Os dados preliminares do estudo já feito mostram que 5% do peso total desta peça representa carbono na forma orgânica e mineral, enquanto a água surge numa estrutura cristalina dos minerais de argila. Estes dados coincidem com a teoria dos cientistas de que a vida na Terra começou após a colisão de um asteroide portador destes elementos há cerca de 4 a 4,5 mil milhões de anos.
Os estudos que ainda vão ser feitos ao material retirado do asteroide pretendem “compreender melhor como o nosso sistema solar foi formado, como os componentes que permitiram a formação de vida chegaram ao nosso planeta e que medidas podem ser tomadas para se evitar uma colisão de asteroides com a Terra”, destaca a NASA.
“A quantidade de material rico em carbono e a presença abundante de minerais argilosos que contém água são apenas a ponta deste iceberg cósmico. Estas descobertas, tornadas possíveis através de anos de colaboração dedicada e ciência de ponta, impulsionam-nos numa viagem para compreender não só os nossos vizinhos celestes, mas também uma resposta potencial para o início da vida. Cada revelação do Bennu deixa-nos mais perto de desvendar os mistérios da nossa herança cósmica”, explica Dante Lauretta, investigador principal da OSIRIS-REx.