É um cliché dizer que as reformas da UE são feitas à boleia de emergências. A crise da dívida criou o fundo de resgate, a pandemia obrigou a coordenação na saúde pública e a uma inédita emissão de dívida comum para financiar o PRR. A guerra está a forçar movimentos semelhantes na energia e na política externa. É inegável que a UE faz hoje muito mais do que há 15 anos, mas pode ser altura de deixar de apagar fogos. Parece ser essa a intenção de Paris e de Berlim que, num texto publicado antes de um encontro em Portugal, pedem mais integração. Laurence Boone, Anna Lührmann e Tiago Antunes, responsáveis pela pasta da Europa, de França, da Alemanha e de Portugal, assumem a necessidade de encontrar novos recursos – leia-se, impostos – que permitam financiar programas comuns, das áreas da energia e do clima à reconstrução da Ucrânia.
Boone e Lührmann estiveram em Ponte da Barca para participar no Summer CEmp, a escola de verão organizada pela Comissão Europeia. Entre os temas discutidos com os jovens universitários esteve a integração da Ucrânia no grupo dos 27. Com um histórico de adesões que podem levar décadas, França e Alemanha defendem um processo gradual, em que os países vão recebendo alguns dos benefícios da integração à medida que as negociações avançam.