A alpinista norueguesa Kristin Harila nega as alegações de que ela e os restantes elementos da sua equipa passaram por Mohammed Hassan, um sherpa ferido e em perigo de morte, sem tentar ajudá-lo, quando seguiam a caminho do topo do K2 – a segunda montanha mais alta do mundo- para garantir um novo recorde mundial.
Um vídeo partilhado nas redes sociais mostra o que parece ser o grupo a passar por Hassan, de 27 anos, que morreu algumas horas depois de uma queda. Kristina Harila garante que a sua equipa tentou de tudo para o ajudar. No Instagram, a alpinista conta a sua versão do que se passou, contraditória com as imagens e com o testemunho de outros alpinistas, como o do austríaco Wilhelm Steindl, à BBC: “Nós vimos um homem vivo, deitado. E as pessoas estavam a passar por cima dele a caminho do topo. Não houve missão de resgate. Fiquei muito chocado. E muito triste.”
Steindl e Philip Flämig partilharam imagens do que parece ser outros alpinistas passarem por cima do sherpa. A dupla garante que só se apercebeu da situação no dia seguinte, quando analisavam as gravações do drone que estavam a usar para documentar a tentativa de Steindl de chegar ao cume.
“Estou zangada pela forma como muitas pessoas têm vindo a culpar os outros por este trágico acidente”, lamenta Kristin Harila, no post.
Já em declarações ao programa The World Tonight, da BBC, a alpinista garante que elementos da equipa tentaram ajudar Hassan, que, ao contrário do que afirmaram várias notícias sobre o caso, não faria parte da sua equipa, mas em vão. “Tentámos salvá-lo, fizemos tudo o que podíamos durante muitos horas… é um trilho muito, muito estreito”. A decisão de seguir caminho, garante, só foi tomada depois de perceber que estava ajuda a caminho. “Só no regresso é que vimos que tinha morrido e nós próprios não estávamos em condições de carregar o seu corpo para baixo”.
A norueguesa sugere ainda que o sherpa não tinha consigo abastecimento de oxigénio suficiente nem roupa apropriada.