“Malta, podem gritar, estamos oficialmente dentro do Boom!” Uma explosão de alegria enche o interior da caravana. Alguém pede que passem as cervejas do frigorífico, brinda-se entre risos e abraços, e, apesar de serem três da tarde de uma sexta-feira abrasadora de julho e de a viagem já durar desde as nove da manhã, hora a que saíram de Lisboa, a emoção de “voltar a casa”, nas palavras da fotógrafa Sílvia Lopes, fala mais alto.
Sílvia, Vanessa, Jeni, Luísa, Miguel e Pedro, com idades entre os 35 e os 45 anos, são os primeiros do grupo a chegar, e, ao longo da semana, mais amigos se juntarão. Já todos vieram ao Boom, uns mais, outros menos vezes, e, à medida que a caravana se aproxima do recinto do festival, descendo a estrada acidentada de terra batida e levantando enormes nuvens de pó, olham expectantes através da janela, soltando exclamações de tempos a tempos. “Olhem, olhem, o Dance Temple. E o lago. Ai, meu Deus, o lago, mal posso esperar.”