Berta Sousa recorda aquela consulta com um sorriso. À sua frente estava uma professora universitária a quem tinha recomendado uma avaliação neuropsicológica por causa das suas queixas de perda de memória, entre outras alterações cognitivas. “Sinto-me contente porque me disseram que estou dentro da média”, começara a doente. “Mas preocupa-me que esta seja a nossa média!”
A oncologista da Unidade de Mama do Centro Clínico Champalimaud, em Lisboa, nunca tinha desvalorizado as queixas que aquela professora associava à quimioterapia a que se submetera dez anos antes, para tratar um cancro da mama. Mas, se a doente ficara surpreendida com o resultado do exame, ela nem por isso.