Via-se como um “filósofo, sociólogo, reformador social e pedagogista”, mas era acima de tudo um pensador e um reformista. Autor de inúmeros ensaios de natureza política e cívica, impôs-se, no Portugal da primeira metade do século XX, com teses inovadoras sobre educação, história e cooperativismo, que defendia como um “modelo de socialismo democrático” alternativo ao corporativismo do Estado Novo.
António Sérgio sentiu, desde cedo, que tinha de “intervir” na vida pública. No final da I República, foi ministro da Instrução Pública, durante uns escassos dois meses e meio, acabando por investir mais tempo a defender a sua visão no Parlamento do que a fazer obra – a maior realização foi a publicação do decreto que criou o antecessor do atual IPO de Lisboa. No Estado Novo, movimentou-se nos círculos de opositores não comunistas, foi preso por cinco vezes, passou sete anos no exílio, em Paris, e, no regresso, participou ativamente nas candidaturas presidenciais de Norton de Matos, Quintão Meireles e Humberto Delgado.