A empresa japonesa Astro Live Experiences (ALE) irá lançar, em 2025, a primeira chuva de estrelas artificial. O projeto Sky Canvas, tela celestial em português, ambiciona o entretenimento a uma escala sem precedentes, assim como a recolha de dados atmosféricos acerca da mesosfera, uma das camadas da atmosfera, que os criadores da ALE esperam que sejam vitais para a investigação das alterações climáticas.
“Atualmente, estamos a trabalhar na produção das primeiras estrelas cadentes artificiais do mundo, oferecendo-as como conteúdo de entretenimento disponível para muitas pessoas e adquirindo dados da atmosfera para ajudar a compreender o mecanismo por detrás das alterações climáticas”, afirma a CEO da empresa, Lena Okajima. “Acreditamos que podemos promover a compreensão científica das alterações climáticas, ao mesmo tempo que inspiramos curiosidade e interesse por pessoas de todo o mundo sobre o espaço e o universo”.
De forma a produzir as estrelas cadentes, serão utilizadas pequenas esferas com um centímetro de diâmetro e massa de algumas gramas, que serão lançadas a 400 quilómetros do solo e inseridas num satélite que irá orbitar a terra. A dimensão e composição química das esferas permite que estas, ao viajar entre as camadas da atmosfera, se incendeiem num espetáculo de luzes maior e mais colorido do que o normal. A empresa afirmou que as suas experiências terrestres conseguiram produzir estrelas cadentes de múltiplas cores, mas ainda não se sabe como estas se comportarão em órbita.
Importância da Mesosfera
A atmosfera da Terra consiste em quatro camadas principais, a troposfera, a estratosfera, a mesosfera e a termosfera, sendo a troposfera a camada em que prospera a vida humana.
Estudos recentes mostram que as alterações climáticas estão a ter um impacto negativo mesmo numa camada distante da superfície terrestre. De acordo com um artigo publicado em 2021 pela revista científica Journal of Atmospheric and Solar-Terrestrial Physics, a mesosfera tem vindo gradualmente a arrefecer e a contrair-se em resposta ao efeito de gases com efeito de estufa. A mesosfera é uma zona importante da atmosfera, embora as mudanças que aí ocorram não tenham impacto direto nos seres humanos.
Quando a mesosfera se contrai, o resto da atmosfera superior afunda-se com ela, o que provoca o colapso das camadas superiores onde circulam os satélites. Os gases atmosféricos provocam atrito nos satélites e objetos artificiais, o que permite a eliminação do lixo espacial. Sem a estabilidade destas camadas o problema do lixo espacial pode aumentar e constranger as funções dos satélites, sendo a NASA. A ALE afirma que os seus satélites possuem a tecnologia necessária para que não se transformem em lixo espacial.