Teorias negacionistas da Covid-19, conspirações sobre as vacinas, manipulação de informação acerca da guerra na Ucrânia… Não faltam exemplos quanto à rapidez com que as notícias falsas se propagam e interferem perigosamente na nossa sociedade. Mas o que torna alguém mais suscetível a partilhar desinformação?
Foi para aprender um pouco mais sobre a forma como pensamos e tomamos decisões que nasceu o projeto Fake News and Real People (FARE). “Há um desajuste entre a confiança, aquilo que as pessoas pensam que sabem, e aquilo que de facto sabem. Estes enviesamentos cognitivos na tomada de decisões não são fáceis de estudar, em grande parte porque as pessoas não têm consciência deles. Com esta proposta, usamos as notícias falsas como estudo de caso e, em vez de perguntar diretamente às pessoas porque partilharam, tentamos perceber o contexto em que o fizeram, usando os dados que estão disponíveis nas redes sociais”, explica Joana Gonçalves de Sá, responsável pela investigação, que recebeu uma bolsa no valor de 1,5 milhões de euros do Conselho Europeu de Investigação (ERC, na sigla inglesa).