As estimativas apontam que o propulsor de um foguetão Chinês irá colidir com a lua nesta sexta-feira, dia 4 de março. Inicialmente, Bill Gray, astrónomo dedicado a acompanhar movimentações de asteroides, pensou que os detritos corresponderiam a um foguete da SpaceX, lançado em 2015, mas, mais tarde, reconheceu o seu erro e sinalizou o propulsor Chinês como o culpado. Esta conclusão foi depois corroborada por Jonathan Mcdowell, do Harvard–Smithsonian Center for Astrophysics, e pelo Center for Near-Earth Object Studies, programa dirigido pela NASA. O embate irá acontecer no chamado lado negro da lua, por isso, não será visível a partir da Terra, o que significa que o processo de confirmação será bastante demorado. Os especialistas preveem que o impacto resultará numa cratera lunar que poderá ter até 20 metros. Porque não tem atmosfera, a lua está bastante susceptível a este tipo de acontecimentos e tem mais de 9 mil crateras oficialmente catalogadas pela União Astronómica Internacional. O professor de geociência planetária David Rothery, de The Open Univeristy, em Inglaterra, num texto publicado no site The Conversation, diz até que “é definitivamente menos prejudicial para o ambiente se o foguete acabar na lua em vez de se dispersar em partículas de óxido metálico na camada superior da atmosfera terrestre”. Bill Gray admite o seu equívoco, mas avisa que a origem específica dos detritos não é o maior problema: “Isto não é um problema da SpaceX ou um problema da China, ninguém sabe o que fazer com os detritos neste tipo de órbitas”. Os sensores da NASA atualmente monitorizam cerca de 27 mil unidades de lixo espacial em órbita na Terra, incluindo meteoroides de origem natural e vários tipos de destroços de satélites lançados a partir da Terra. Estes detritos movimentam-se a velocidades extremamente altas, alguns podem chegar aos 28 mil km/h, e podem causar dificuldades à navegação espacial.
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