Sarah Jessica Parker não está disposta a aceitar críticas a respeito da sua idade. A atriz, que está a gravar “And Just Like That…”, um spin-off da famosa série “O Sexo e a Cidade”, revelou que ela e outras colegas têm sido alvo de misoginia e idadismo (do termo inglês ageism, que significa o preconceito contra pessoas mais velhas).
A atriz que dá vida a Carrie Bradshaw foi vista a almoçar com alguns colegas de rodagem, e aparentemente os cabelos cinzentos da atriz deram que falar. “Estou sentada com o Andy Cohen, e ele tem uma cabeça cheia de cabelo grisalho, e é requintado”, diz Parker, em declarações à revista Vogue. “Porque é que não há problema para ele?”
“Há tanta tagarelice misógina em relação a nós, que nunca aconteceria em relação a um homem”, continua, realçando que o criticismo se tornou ainda pior com as redes sociais.
“Todos têm algo a dizer. É quase como se as pessoas não quisessem que nos sintamos perfeitamente bem como somos, quase como se gostassem de nos ver magoados por quem somos hoje, quer escolhamos envelhecer naturalmente e não parecer perfeitas, ou se fazemos algo [como intervenções cosméticas] se isso nos faz sentir melhor”, desabafa, referindo-se ao criticismo de que as mulheres mais velhas são alvo a partir de uma certa idade. “Eu sei como sou. Não tenho escolha. O que vou fazer a esse respeito? Parar de envelhecer? Desaparecer?”
“And Just Like That…” contará com dez episódios, e estreia em dezembro. Michael Patrick King, realizador e argumentista de “O Sexo e a Cidade” que regressou para filmar o spin-off, revela que as reações à nova série até agora têm sido positivas, pelo menos a maioria.
“Quando anunciámos a série, houve muitas reações positivas, mas uma resposta desagradável online veio de pessoas que partilharam fotografias de “Golden Girls” [uma série de comédia centrada em quatro mulheres mais velhas]. E eu disse: ‘Uau, ou tens 35 anos, ou estás reformada e a viver na Flórida’. Há aqui um capítulo em falta”, disse o realizador à revista Vogue.
Em 2019, a revista AARP conduziu um estudo sobre a representação mediática das pessoas mais velhas, concluindo que “apenas 15% das imagens dos meios de comunicação impressos apresentam pessoas com mais de 50 anos de idade, apesar de este grupo etário constituir um terço da população dos EUA”.
E de acordo com um estudo do Instituto Geena Davis de Género nos Media sobre os estereótipos que as mulheres mais velhas enfrentam em Hollywood, as personagens femininas com mais de 50 anos de idade em filmes eram quase 20% mais passíveis de serem representada como solitárias, ou confinadas em casa, do que as personagens masculinas com a mesma idade. Eram também mais frequentemente alvo de comentários depreciativos sobre a sua idade.
Outras estrelas como Jamie Lee Curtis, Jessica Lange e Madonna já se revoltaram contra o idadismo na indústria de Hollywood, principalmente em relação às mulheres.